domingo, 15 de dezembro de 2013

Livro "POST MORTEM E OUTROS UIVOS" de Tiago Moita em S.João da Madeira (22.11.2012)



"Na quinta-feira, dia 22 de Novembro de 2012, pelas 21H30, decorreu na Biblioteca Municipal de São João da Madeira, a sessão de apresentação do mais recente livro de poesia de Tiago Moita, "Post Mortem e Outros Uivos", na qual marcaram presença muitos amigos e admiradores.

A apresentação esteve a cargo da professora Cristina Marques, Mestre em Literatura Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que estabeleceu uma relação estilística entre o livro de Tiago Moita e a obra de Pessoa e Whitman, fazendo referência à predominâncdia de nomes e a ausência de pontuação.

Quanto ao seu conteúdo, o livro divide-se em duas partes.

Na primeira parte, "Post Mortem", Tiago Moita realça o que motiva uma revolução social e o carácter épico e contestatário contra o actual sistema e a civilização em que vivemos. Cristina Marques salientou também o catácter heteronímico desta obra, profícuo em palavras que, no entanto, permitem que a poesia flua e respire, plena da sua dimensão introspectiva e existencialista.

Na segunda parte, "Uivos", o poeta realça a dimensão individual e metafísica do Homem e a ideia de uma revolução interior, feita pelo ser humano, enquanto indivíduo, consciente de que faz parte de um Todo que é o Universo.

Tiago assume o grito da revolta de toda uma geração que nasceu após 25 de Abril de 1974, numa revolução interior que se aproxima mais de um processo de transformação da sociedade a partir do indivíduo.

O livro foi editado pela WorldArtFriends/Corpos Editora e encontra-se à venda na loja online desta editora portuense ou numa livraria perto de si."

sábado, 14 de dezembro de 2013

POETAS PORTUGUESES DO SÉCULO XXI: HUGO MILHANAS MACHADO


O PÃO

Juro que aqui estamos sentados
julgo que mo disse ainda hoje ao despertar
uma mesa diante dos pés
uma manta acolhendo faz frio

Juro que aqui estamos sentados 
o sofá dói a esta hora de domingo

Temos um amor e está bem
podemos deixá-lo na mesinha do corredor
ou no balcão da cozinha junto do pão
e não tem erro entrar e sair da casa 
é passar por ele

Logo de manhã é barrá-lo na fatia do pão
pedir um bocadinho mais destas migalhas.

De As Junções 

HUGO MILHANAS MACHADO nasceu em Lisboa em 1984. É licenciado em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado na Universidade de Salamanca, Espanha, cidade onde reside. Lecciona Filologia Portuguesa na Catedra de Estudios Portugueses (Instituto Camões) da mesma universidade. 

Foi Co-fundador da Cooperativa Literária e director da revista Callema.

OBRAS PUBLICADAS
  • "Pancartas" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
  • "Orla" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
  • "Parrillada" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
  • "Plato Cinco" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
  • "Folas" (Plaquette, Edição de Autor, 2011)
  • "Buchas" ((Edição de Autor, 2010)
  • "As Junções" (Plaquette, Edição de Autor, 2010)
  • "Entre o Malandro e o Trágico" (Artefacto, 2010)
  • "Clave do Mundo" (Sombra do Amor, 2009)
  • "Masquerade" (Sombra do Amor, 2007)
  • "Poema em forma de novem" (Gama, 2005)

domingo, 8 de dezembro de 2013

REVISITANDO OS CLÁSSICOS: FRANZ SCHUBERT




"Serenade"

Franz Schubert

UM POEMA DE KHALIL GIBRAN


"Os vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.
Eles vêm através de vós mas não de vós.
E embora estejam convosco não vos pertencem.

Podeis dar-lhes o vosso amor mas não os vossos pensamentos,
Pois eles têm os seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar os seus corpos mas não as suas almas. 
Pois as suas almas vivem na casa do Amanhã,
que vós não podereis visitar, nem em sonhos.

Podereis tentar ser como eles,
mas não tenteis torná-los como vós.
Pois a vida não anda para trás nem se detém no ontem.

Vós sois os arcos de onde os vossos filhos,
quais flechas vivas, serão lançados.
O arqueiro vê o sinal no caminho do infinito
e Ele com o seu poder faz com que as suas flechas 
partam rápidas e cheguem longe.

Que a vossa inflexão na mão do arqueiro seja para a alegria;
Pois assim como Ele ama a flecha que voa,
Também ama o arco que se mantém estável."

Khalil Gibran
Escritor e Poeta Libanês
(1883-1931)

TEOSOFIA PURA: ANNIE BESANT


"A morte não pode tocar na mais alta consciência do Homem...consegue apenas separar aqueles que se amam tanto como os seus veículos inferiores estão em causa, o Homem que vive na Terra cego pelo assunto, sente-se separado daqueles que já passaram para a frente mas...não existe tal coisa como a morte.

Annie Besant

Teósofa, Maçon, Militante Socialista e
Defensora dos Direitos das mulheres

(1847-1933)

NEW AGE ART: CARL CLASMEYER


"Witness to the cosmic cycles"

Carl Clasmeyer

2009

domingo, 1 de dezembro de 2013

POETAS PORTUGUESES DO SÉCULO XXI: GONÇALO M.TAVARES


PALAVRAS, ACTOS

A ironia ensina a sabotar uma frase
como se faz a um motor de automóvel
se retirares uma peça a máquina não anda, se mexeres
no verbo ou numa letra do substantivo
a frase trágica torna-se divertida,
e a divertida, trágica.

Este quase instinto de rasteirar as frases proteger-me,
desde novo, daquilo que ainda hoje receio: transformar
a linguagem num Deus que salve, e cada frase num anjo
portador da verdade. Tirar seriedade ao acto da escrita
aprendi-o na infância, tirar seriedade aos actos da vida
comecei a aprender apenas depois de sair dela, e espero
envelhecer aperfeiçoando esta desilusão.

Gonçalo M.Tavares
"1"
Relógio de Água
2004

GONÇALO M.TAVARES, mais conhecido como Gonçalo M.Tavares, nasceu em Luanda em Agosto de 1970. Recebeu os mais importantes prémios em língua portuguesa: o Portugal Telecom (2007); o Prémio José Saramago (2005) e o Prémio Ler/Millenium BCP 2004 com o romance "Jerusalém" (Caminho); O prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do Jornal Expresso, com o livro "O Senhor Valéry" (Caminho); O prémio Revelação de Poesia da Associação de Escritores com "Investigações.Novalis" (Difel) e o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores Camilo Castelo Branco com "Água, Cão, Cavalo, Cabeça" (Caminho).

Os seus livros deram origem a peças de teatro, objectos artísticos, vídeos de arte, ópera, etc. Estão em curso cerca de duzentas e vinte traduções distribuídas por quarenta e cinco países.

O Romance "Jerusalém" foi incluído na edição europeia de "1001 livros para ler antes de morrer - um guia cronológico dos mais importantes romances de todos os tempos".

Acumula as funções de escritor e de professor universitário.

OBRAS POÉTICAS PUBLICADAS
  • "1" (Poesia, Relógio de Água, 2004)
  • "Investigações.Novalis" (Difel, 2002)

domingo, 17 de novembro de 2013

NEW AGE MUSIC: DEVA PREMAL


Deva Premal

Om Shree Sache

Love is Space

2000

PRODÍGIOS ÍNDIGOS: A ARTE DE AKIANE KRAMARIK



"Rostos têm mais significado para mim do que qualquer outra coisa. Tu não podes viver sem os ver ou tocar"

Akiane

AKIANE KRAMARIK nasceu a 9 de Julho de 1994 em Mount Morris, Illinois, E.U.A. Experimentou tanto a pobreza como a abundância. Começou a escrever aos quatro anos, a desenhar aos seis, enquanto autodidata, através de uma observação e estudo constantes.

Aos sete anos, começou a escrever poemas e aforismos

Define a sua pintura como Akianismo: um cruzamento universal entre realismo e imaginismo.

O seu primeiro auto-retrato foi vendido por dez mil dólares.

Apareceu pela primeira vez na televisão aos dez anos no programa The Oprah Winfrey Show e também apareceu na CNN.

Vive exclusivamente da pintura e foi das primeiras artistas a assumir como Índigo, nos anos noventa do século passado.

Este é um dos seus poemas mais célebres:

DE DENTRO PARA FORA

A gravidade não descansa
mas tu ainda me carregas
nas minhas costas

com o último nervo emaranhado
as esferas finais
os olhos
como favos de mel derretido
chegando a um beco sem saída
e o útero é um sem-abrigo

O meu último momento é a memória de ti
quando finalmente os meus olhos
 virarem de dentro para fora
e eu pegar o infinito.

Akiane Kramarik




TEOSOFIA PURA (ANNA KINGSFORD)


"O Saber é a suprema função do Homem"

Anna Bonus Kingsford
Médica, Escritora e Teósofa 
Mãe do Vegetarianismo
1846-1888

NEW AGE ART (NANETTE LOHMANN)


"Cosmic Journey"

Nanette Lohmann

2008

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Peça "MORRER NA PRAIA" de Filipa Leal no Porto!




MORRER NA PRAIA

Texto: Filipa Leal
Com Inês Veiga de Macedo e Ana Lopes Gomes

Duração: 15 Minutos
Entrada: 3 Euros

14 de Novembro, 22H30: Bar Baixaria (Rua do Almada, 224) - antestreia + conversa com actrizes e autora.

15 a 16 de Novembro, 21H30/22H00: Sala-Estúdio do Teatro do Campo Alegre (Rua das Estrelas, s/n) - duas sessões por dia/Lotação da sala: 60 pessoas.

Reservas para o T.C.A (Teatro do Campo Alegre) - telefone: 226 063 000

Horário da Bilheteira do T.C.A: 14H30-19H00/20H00-22H30.

 — com Inês Veiga de Macedo e Ana Lopes Gomes.

sábado, 2 de novembro de 2013

POETAS PORTUGUESES DO SÉCULO XXI: FILIPA LEAL


ODE LOUCA

Todos os homens têm o seu rio. 
Lamentam-no sentados no interior das casas
de interior e como o poeta que escreve a lápis
apagam a memória com a sua água.
Os rios abandonam os homens que envelhecem 
Longe da infância, e eles choram
o reflexo absurdo na distância. 
Por vezes, enlouquecem os rios, os homens,
Os poetas nas suas palavras repetidas
que buscam uma ode que lhes diga
a textura. Todos procuram o mesmo:
um lugar mais do que o homem,
o poeta,
Porque dele se espera que nos devolva
a imagem de tudo, menos de si próprio.
Todos os rios têm o seu narciso,
mas poucos, muitos poucos,
O simples reflexo das suas águas

Filipa Leal
"A Cidade Líquida e Outras Texturas"
Deriva
2006

FILIPA LEAL nasceu no Porto a 14 de Março de 1979. Formou-se me Jornalismo na Universidade de Westminster e concluiu o Mestrado em Literatura (Estudos Portugueses e Brasileiros) na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Publicou o seu primeiro livro "Lua-Polaroid" (Ficção) em 2003, e estreou-se na Poesia no ano seguinte com "Talvez os Lírios Compreendam" - livro publicado pelos Cadernos do Campo Alegre, do qual ganhou o primeiro prémio. Seguiram-se, na Editora Deriva "A Cidade Líquida e Outras Texturas";"O Problema de ser norte"; "A Inexistência de Eva" e "Vale Formoso".

Fez passagem pela Rádio Nova. Foi editora do suplemento "Das Artes, Das Letras" no jornal "O Primeiro de Janeiro", colaborou com a revista "Os meus livros". Integrou também o projecto LEM (Lisboa, Encruzilhada de Mundos), na Câmara Municipal de Lisboa, participando na produção e divulgação do Festival TODOS, entre outros. Foi jornalista no programa "Câmara Clara" (RTP2), e colabora com a Casa Fernando Pessoa.

Depois de um ano de formação no Balleteatro do Porto, começou a participar, em 2003, em recitais de poesia no Teatro do Campo Alegre (Porto), ciclo "Quintas de Leitura", e, desde então tem feito leituras com regularidade (Centro Cultural de Belém, etc.). Tem colaborações dispersas em vários jornais e revistas (Egoísta, Mealibra, Inútil, Colóquio Letras, entre outras). Está representada em antologias em Portugal e no estrangeiro (Itália, Croácia, Colômbia e Galiza) e o seu livro "A Cidade Líquida e Outras Texturas" foi publicado em Espanha, em 2010, em edição bilingue, pela Editora Sequitur.

OBRAS PUBLICADAS
  • "Vale Formoso" (Deriva, 2012)
  • "A Inexistência de Eva" (Deriva, 2009)
  • "O Problema de ser norte" (Deriva, 2008)
  • "A Cidade Líquida e Outras Texturas" (Deriva, 2006; 2ª Edição, 2007)
  • "Talvez os lírios compreendam" (Cadernos do Campo Alegre, 2004)
  • "Lua-Polaroid" (Corpos Editora, 2003)

domingo, 27 de outubro de 2013

Viajando com os Clássicos: BEETHOVEN (1770-1827)


Ludwig Van Beethoven
(1770-1827)

"Moonlight Sonata"

Tocada por Valentina Lisitsa

Poema "UM CERTO CAOS" de Suzana Guimaraens


UM CERTO CAOS

ondeia-se um certo caos pela minha casa
- espalha uma estirpe de semente
que me (con)funde as luzes e as dos vizinhos

(terei aberto as janelas e não me lembro
ou deixado a porta encostada
; não é costume)

há três ovos na gaiola aberta,
uma pena verde na almofada onde dormi
e fósforos em todas as gavetas

este quarto-um poema sem cruzetas
e a chuva em desalinho

a caixa dos jornais perdeu o fundo com o peso
e este não me apetecer em editoriais mecânicos
textos sem clitóris
também me desorienta

incólume, jambhala observa tudo de cima do seu dragão cristão
enquanto o rato chinês me come, moculmanamente, o bronze semita

hoje um certo caos arremete-se-me às paredes,
impregna-as de Vazio
e os vizinhos não se abastecem
(apenas mudam de lâmpadas)

talvez o caos certo
: uma espécie de pergunta sobre o Agora faz falta
-se é que faz,
ausente que estou das horas

Suzana Guimaraens

FILOSOFIA PURA (ALVIN TOFFLER)


"Os analfabetos do futuro não vão ser as pessoas que não sabem ler. Serão as pessoas que não sabem como aprender."

Alvin Toffler

NEW AGE ART (JOSEPHINE WALL)


Josephine Wall

"Cosmic Kiss"

2008

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Poema AS PESSOAS CONFUSAS de Tiago Moita


AS PESSOAS CONFUSAS

As pessoas confusas 
descontam adjectivos dos sulcos da fome
e fogem da sede branca
que toma de assalto as suas vidas
no intervalo dos poemas

As pessoas confusas
desligam-se demasiado cedo
engordam o cérebro com palhaços pobres
e coelhos a sair da cartola
nas horas em que não se fala de pássaros

Passam por mim sem norte
numa febre sonâmbula
como navios-fantasma
vertendo sal e éter das mãos
em velocidade cruzeiro

Sentem-se inchadas e ridículas
quando se fala em poesia
vestem de luto a alma
por uma lágrima muda da televisão
e não estendem uma mão para a apanhar

Julgam-se xamãs sem metafísica
nas mãos da cibernética
ciganas mudas ao silêncio do mundo
silhuetas calejadas de um tempo
em que uma palavra tinha mais peso
que uma fotografia a cores.

Tiago Moita
"Post Mortem e Outros Uivos"
WorldArtFriends/Corpos Editora
2012

terça-feira, 15 de outubro de 2013

POETAS PORTUGUESES DO SÉCULO XXI: DANIEL JONAS


ELEMENTÁRIO

O verdadeiro sentidos das palavras
é o que o poema consiste
em falar do que não pode ser dito a quem 
se deve dizer

ou o verdadeiro sentido das palavras
é o que o poema consiste
em não falar do que pode ser dito a quem
se quer dizer

ou o verdadeiro sentido das palavras
é o que o poema consiste
em não falar do que não pode ser dito a quem
se quer dizer

ou o verdadeiro sentido das palavras
é o que poema consiste
em falar do que pode ser dito a quem 
se não quer dizer

isto, claro, partindo do princípio
de que há um sentido das palavras,
verdadeiro, um poema e um
a quem se queira dizer.

De Os Fantasmas Inquilinos

DANIEL JONAS nasceu em 1973, no Porto. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Universidade do Porto e obteve o grau de Mestre em Teoria da Literatura na Universidade de Lisboa com uma dissertação sobre John Milton (Paraíso Perdido, Cotovia, 2006). No poesia, estreou-se m 1997 com o livro O Corpo está com o Rei (AEFLUP). Venceu o Concurso "Cadernos do Campo Alegre" em 2002, que publicou o seu segundo livro de poesia Moça formosa, lençóis de veludo (Cadernos do Campo Alegre, 2002). Depois publicou pela Cotovia Editora os livros Os Fantasmas Inquilinos (Cotovia, 2005) e Sonótono (Cotovia, 2007).

Em 2008, publicou a peça de teatro Nenhures (Cotovia, 2008). Para o Teatro Bruto, escreveu também Reféns e Estocolmo, levados à cena em 2009 e 2011, respectivamente. A sua última peça, foi finalista ao prémio SPAutores, melhor peça de teatro 2011.

OBRAS PUBLICADAS:
  • "Estocolmo" (Teatro, Cotovia, 2011)
  • "Reféns" (Teatro, Cotovia, 2009)
  • "Nenhures" (Teatro, Cotovia, 2008)
  • "Sonótono" (Poesia, Cotovia, 2008)
  • "Os Fantasmas Inquilinos" (Poesia, Cotovia, 2005)
  • "Moça Formosa, Lençóis de Veludo" (Poesia, Cadernos do Campo Alegre, 2002)
  • "O Corpo está com o Rei" (Poesia, AEFLUP, 1997)

domingo, 13 de outubro de 2013

New Age Music: VANGELIS


Vangelis 
"Alpha"
Portraits (so long ago, so clear)
1996

domingo, 6 de outubro de 2013

Poema "OS VERSOS DO SIGILO" de Edmundo Silva


Estes são os versos do sigilo
as rendas onde o mar pinta o silêncio
e as árvores fazem a casa da alma
e na fogueira o pão do linho
que as águas desse rio novo
bordam nas ladeiras da verdade.

Outros vinhos se prostram ao Sol
para que no seu híbrido fermento
se descubram as páginas desta paixão,
e nos ramos azuis da eternidade
a música da alma se faça ouvir...

Também as pedras versejam o destino 
e no acaso de uma bruma matinal
o húmus das almas fazem brotar
esse beijo cósmico como serpente irisada
de todas as virtudes, de todas as caminhadas.

O musgo amplo dos peitos também se ouve
e no eco das matriarcas ondas de um sorriso
tudo se enjeita na eira da felicidade
caligrafada nas estrelas como um poema
que nunca está concluído, que nunca acaba...

EDMUNDO SILVA
"Epifania ao Sol"
WorldArtFriends/Corpos Editora
2012

TEOSOFIA PURA (ALICE A.BAILEY)


"A Nova Era está em cima de nós e nós estamos testemunhando as dores de parto de uma nova cultura e de uma nova civilização. Aquilo que é considerado velho e indesejável deve partir, e dessas coisas indesejáveis, o ódio e espírito de separação devem ser os primeiros a desaparecer."

Alice A. Bailey
Autora e Teósofa inglesa
1880-1949

Poema "HOMO NOETICUS" de Tiago Moita


"Cosmic Vitruvian"
Stylarosa
2013

HOMO NOETICOS

Nascerei do fruto sangue
de dois universos paralelos
com uma bússola de sete raios
e um verbo aceso
na ponta da língua

Nenhuma linha é um acaso
na geometria de mim próprio
Goegrafia: mosaico de experiências
e escolhas que tatuei
na epiderme da alma

Busco no poema
a unidade sem sentido
no absurdo do real
habito para além das palavras
numa página em branco
de um livro em horas

Mudo de pele ao sabor do vento
como quem morre para nascer de novo
busco no pavio de uma vela
a sede que a minha razão desconhece

Justifico o presente no passado
para saber onde me encontro hoje
revejo-me em todos os silêncios
da natureza dos homens
sem máscaras nem símbolos

Revelo-me Alfa e Ómega
num tempo sem signos
à espera do primeiro fôlego
carne, mente e ser
em estado etéreo
num mundo em chamas
primeiro passo do amanhã
Esperança de todos nós

Tiago Moita
"Post Mortem e Outros Uivos"
WorldArtFriends/Corpos Editora
2012

NEW AGE ART (CINDY J.LONG)


"In the Cosmic Garden"
Cindy J.Long
2010

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PARA SEMPRE, ANTÓNIO RAMOS ROSA (1924-2013)


NÃO POSSO ADIAR O AMOR

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o grito de libertação

Não posso adiar o coração.

ANTÓNIO RAMOS ROSA
(1924-2013)

Adeus nunca; para sempre...

ANTÓNIO RAMOS ROSA nasceu em Faro em 1924. Ensaísta e tradutor, dirigiu as Revistas Árvore, Cassiopeia e Cadernos do Meu Dia, que, em 1960, encerra a edição por ordem da polícia política P.I.D.E.Fez parte da M.U.D Juvenil e colaborou com inúmeras outras revistas. Poeta, com uma vasta obra, fundamental na História da Literatura contemporânea portuguesa, recebeu o prémio Pessoa em 1988 e o Prémio Europeu de Poesia em 1991. Editou mais de cinquenta obras poéticas. O seu livro de poesia "Génese", editado em 2005 pela Roma Editora, valeu-lhe a atribuição do Prémio P.E.N Club poesia. 

Faleceu a 23 de Setembro de 2013.

Partiu o Homem, ficou a vida na palavra e no pensamento.

domingo, 8 de setembro de 2013

POETAS PORTUGUESES DO SÉCULO XXI: DANIEL ABRUNHEIRO


NEM JUNHO NEM INVERNO ACABAM

I. Simetria

Casas há que são cartas por escrever
outras são também brancas, mas cisnes
as casas têm pescoços caligráficos.
Eles fecham a boca e abrem os olhos.
Quando é o contrário, é a tragédia.
Todas as tragédias são domésticas.
Passo na rua, fica-se-me a sombra nas casas.
Nunca volto inteiro a casa.
Também os pescadores perdem no mar a sombra.
Quando voltam, voltam estátuas de sal.
Aves e mulheres tossem-nos.

Árvores há que são lápis escreventes
Outros são também negras, mas corvos.

De Licor, Sabão e Sapatos

DANIEL ABRUNHEIRO nasceu em Coimbra (Santa Cruz) em 1964, cidade que o viu crescer e formar, onde se licenciou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra entre 1982 e 1986. Depois de licenciado, deixou a sua cidade para dar aulas no ensino secundário, do qual, fez vida durante dez anos. Começou em Peniche, regressou a Coimbra para dar aulas em Taveiro, estando um ano em cada escola.

Foi através do Instituto D.João V, no Louriçal, que chegou a Pombal, concelho que acabaria por o adoptar. Leccionou durante seis anos nessa terra e mais tarde voltou ao ofício de jornalista. Em Lisboa, é formando no Cenjor (Centro de Formação Profissional para Jornalistas) no Curso Geral de Jornalismo, sendo depois, mais tarde, convidado para dar formação em língua portuguesa e Escrita Jornalística.

Passou depois pela Antena 2, onde fez estágio e deu entrada no mundo do jornalismo a tempo inteiro.

De volta às raízes em Coimbra, passa pelas redacções dos três principais jornais regionais da cidade dos estudantes, no quinzenário "Jornal de Coimbra" e nos Diários "As Beiras" e "Diário de Coimbra". Em 1998, ingressa no Grupo Sojormedia, com um regresso ao Concelho de Pombal, onde ingressa a redacção do jornal "O Eco".

OBRAS PUBLICADAS:
  • "Terminação do Anjo" (Ed.Autor, 2008)
  • "Licor, sabão e sapatos" (Ed.Autor, 2007)
  • "O preço da chuva" (Ed.Autor, 2006)
  • "Cronicão" (Ed.Autor, 2003)

domingo, 4 de agosto de 2013

Viajando com os Clássicos - CHOPIN (1810-1849)


Valsa em Dó Sustenido Menor, Op.64 Nº 2 (3,44)

Chopin (Tocado por Valentina Lisitsa)

Poema "NESTE PAÍS DE LINHOS E PREDICADOS" de Edmundo Silva


NESTE PAÍS DE LINHOS E PREDICADOS

Neste país de linhos e predicados
horas forradas de musgo e amor
onde a humidade do sol desagua como carta sagrada
e num selo dessa corrente de rio meditações se afloram,
sento-me na relva desta paz do ar lambida
e sonho os sonhos das pedras e dos astros musicais...

Ouço os murmúrios azuis das constelações das nossas almas
e na biblioteca da noite o pulsar óbvio da sublimação
é uma gema que flutua no vácuo
germinando os jardins do nosso amor 
e antecipando a felicidade em cometas irisados.

Aqui me deixo levar pela intrépida ovulação do Agora,
onde a fermentação dos nossos sentidos 
placidamente passa pelos caminhos novos
dessa canção de rios e árvores, planetas e almas,
num súbito desaguar de melodias da eternidade...

Neste país de bálsamos siderais
a voz das plantas desenha o nosso sossego
e veste-nos de transparências primordiais
onde a verdade dos nossos vultos vive
e nas candeias da liberdade descansa...

Edmundo Silva
"Epifania ao Sol"
WorldArtFriends/Corpos Editora
2012 

TEOSOFIA PURA :ALFRED PERCY SINNETT (1840-1921)


"Loucos são aqueles que, especulando apenas sobre o presente, voluntariamente fecham os olhos para o passado e, com isso, permanecem naturalmente cegos para o futuro."

Alfred Percy Sinnett (1840-1921)
"Cartas dos Mahatmas"
1923
(Livro publicado a título póstumo)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

"O ÚLTIMO IMPÉRIO" DE TIAGO MOITA, SEGUNDO PAULO TELES (Blog "O Efeito dos Livros")



Se no princípio me custou agarrar neste livro devido ao tamanho, depois de o começar a ler foi como se passasse a pertencer ao enredo...não consegui parar de lê-lo.

Tiago Moita leva-nos a passear por terras, cidades, ruas, monumentos e personagens do meu, nosso, querido Portugal.

Muitas das vezes as descrições são tão boas que me levava a querer ir àquele lugar e ver com os meus olhos o que o autor descreve.

"repara na fachada do edifício: tem nove janelas, que correspondem aos nove olhos que espreitam o mistério, como indica o poema. Nove, na simbologia maçónica corresponde ao princípio da luz divina e é o número dos iniciados profetas. As colunas que vês entre as portas simbolizam os limites do mundo criado; a vida e a morte; o masculino e o feminino."

Gostaram? E se eu vos disser que a descrição se refere à Estação do Rossio? Digam lá que quando passarem por lá não vão olhar para a fachada de uma outra maneira.

Quanto à História, apaixonei-me por todo o enredo, além de ser uma ode a Portugal e ao povo Português é também uma valorização dos nosso feitos e dos nossos antepassados, não esquecendo também a projecção daquilo que o autor acharia que Portugal é capaz de fazer no futuro.

Tiago Moita consegue remasterizar os mais variados temas como a Maçonaria, a Opus Dei ou o Clube Bilderberg, mixando-os com terapias como o Reiki e ainda explicações que se socorrem da Astrologia. Brinda-nos ainda com mitos e lendas do nosso país, salientando que o passado, mas sem esquecer a actualidade, juntando-lhe assim acontecimentos que revelam um escritor atento e dono de uma crítica social perspicaz.

A meu ver, Tiago Moita reforça a importância de acreditarmos em Portugal e na grandiosidade da Nação. Ao ler senti-me ainda mais Português e a querer que as pessoas o sentissem também.

Vejamos "O Último Império" como um diário de acontecimentos da actualidade, onde nos revemos em cenas históricas repetidas e recorrentes. Um povo que não se valoriza, um povo que está a ser escravizado por políticos e outras forças que definem o que podemos ou não fazer e que nos rouba o pão de cada dia. No entanto, o autor passa uma mensagem de positivismo e de elevação a uma capacidade superior, que revê no povo Português e acaba num futuro que ele deseja para todos nós. Um futuro sem ódio, sem inveja, um futuro onde fôssemos todos iguais, onde o homem atingisse um estado pleno, onde a nossa alma ganhasse força e a nossa força fosse elevada para o bem e o para o amor.

Não vou contar mais sobre a história pois perderia a graça para quem a queira ler, mas aproveito para salientar algumas partes, pois cada quando já estava envolvido na trama, o autor brinda-nos com este pequeno deleite: 

"Nada é tão absorvente como o prazer de ler um livro num café ou numa esplanada. Deixar-se levar pelo sabor das palavras ou pela essência do enredo; devorar cada capítulo como quem se deixa dominar pela gula ou por uma noite de prazer; desfiar o fio do novelo dum mistério de uma narrativa, deixar-se contagiar pela natureza das personagens; desafiar o tempo com o virar de uma página no intervalo de um café ou de uma refeição frugal."

Gostei também de algumas frases que poderíamos usar numa qualquer manifestação dos dias de hoje, deixo-vos com esta:

"Um líder pode mentir ao povo uma vez, não pode é mentir-lhe para sempre"...


Paulo Teles
26.06.2013

sábado, 22 de junho de 2013

NOTÍCIA DO ROMANCE "O ÚLTIMO IMPÉRIO" DE TIAGO MOITA NO BRASIL (20.06.2013)

 


NOTÍCIA DA CHEGADA DE "O ÚLTIMO IMPÉRIO"

DE TIAGO MOITA AO BRASIL


Depois da notícia, a imagem digitalizada da publicação original da notícia da chegada do meu primeiro romance "O Último Império" (Chiado Editora, 2012) às livrarias (Saraiva e Cultura) no Brasil. Essa notícia foi publicada no jornal semanário "O Regional" anteontem, dia 20 de Junho deste ano.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

"O ÚLTIMO IMPÉRIO" DE TIAGO MOITA NO BRASIL

Um ano depois da sua edição:


"O ÚLTIMO IMPÉRIO" DE TIAGO MOITA CHEGOU AO BRASIL.

(Com a devida vénia ao Jornal "O Regional" de São João da Madeira)

"O Último Império" de Tiago Moita (Chiado Editora, 2012) chegou a terras de Vera Cruz no mês passado e está à venda nas maiores cadeias de livrarias do maior país da América do Sul a CULTURA...

...e SARAIVA!


Numa entrevista dada o jornal "O Regional", Tiago Moita manifestou o seu regozijo dizendo que "graças a esta informação, sou, por assim dizer, o primeiro autor sanjoanense a ter um livro da sua autoria à venda no estrangeiro" e que está muito confiante, pois segundo ele "o Brasil é um mercado com mais de 88,2 milhões de leitores e, curiosamente, um país muito mais receptivo ao conceito do Quinto Império e do Regresso de Dom Sebastião do que Portugal, tirando raras excepções, muito graças à acção do Padre António Vieira, Fernando Pessoa e ao Professor Agostinho da Silva, mas também devido à abertura espiritual do povo brasileiro, uma vez que este livro fala essencialmente de espiritualidade. Também disse a este jornal que, mais do que conquistar leitores, este livro "está a despertar consciências" e esta "passagem para o Atlântico" pode ser uma consequência de tudo isso, e, "com certeza, um primeiro passo para a internacionalização do meu primeiro romance"


O escritor e poeta Tiago Moita.

Tiago Moita, que começou aos 15 anos a escrever Poesia, não esconde a alegria de ver o seu livro passar o Atlântico e recorda Edmund Burke quando afirma que "as dificuldades crescem à medida que nos aproximamos do nosso objectivo. Eu, como todos os verdadeiros escritores - e poetas -, não fugimos à regra de querer que os nossos livros consigam sair do país donde foram editados e tenham sucesso fora de portas.". Na sua opinião, quando o autor é desconhecido para o mercado e para a comunicação social, "o respeito pelo seu trabalho é mais lento." Entende, contudo, que "existem sempre factores de diversas ordens que escapam à mente do autor, cuja principal função é criar e não fazer o trabalho que incumbe às editoras, às promotoras e às distribuidoras fazer."

O aparecimento de novas editoras a apostar em novas autores e as novas tecnologias de informação e redes sociais, assim como prémios e festivais literários aumentou a confiança deste autor sanjoanense e português. Segundo o que disse ao jornal "O Regional" "estou convencido de que essa dificuldade acabará por ser superada e os autores emergentes conseguirão ter o respeito e o reconhecimento que merecem mais depressa, tal como acontece com os autores consagrados."

sábado, 11 de maio de 2013

"POST MORTEM E OUTROS UIVOS" NO "DIÁRIO DE AVEIRO" (10.05.2013)

 


LIVRO "POST MORTEM E OUTROS UIVOS" DE TIAGO
MOITA NOTICIADO NO "DIÁRIO DE AVEIRO" (10.05.2013)


Ontem, sexta-feira, dia 10 de Maio de 2013, foi publicada uma notícia sobre o meu segundo livro de Poesia "Post Mortem e Outros Uivos" (WorldArtFriends, 2012), elaborada pelo jornalista Alberto Oliveira e Silva do jornal "Diário de Aveiro". Essa notícia derivou de uma entrevista que esse jornalista me fez dias antes, por causa do lançamento do meu segundo poemário no ano passado.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Poema LIVRE-ARBÍTRIO de Tiago Moita




Escolhe
aceita esta dádiva
como parte de ti

escolhe tudo escolhe agora
escolhe o espelho a casa
e a hora fecunda
escolhe o macho e a fêmea 
para embalar o teu berço 
na copulação do fogo
escolhe a língua e a pele
escolhe o signo do teu dia
para a gestação do teu karma

O mundo é uma estrada perdida
feita de espinhos e pétalas
de rosas selvagens
semântica viva de sensações
e sentidos
em fila de espera para lado nenhum
labirinto de imagens e sombras
em constante mutação
imitação da vida 
em três actos

O filme prossegue sem intervalos
nem interrupções
o actor principal dará lugar em breve
ao único espectador da sala
escolhe tudo escolhe agora
espera tudo o que não pensas esperar
vive tudo o que juraste morrer
no efémero do imediato
esconde-se um cálice de infinito
na profundidade de cada silêncio
existe um sol para cada palavra

Não confundas nuvens com estrelas 
resiste à agridoce tentação da fuga

Decifra cada metáfora sanguínea
na sublimação das legendas
não confundas figurantes e coisas
com actores principais

O actor
A caneta
O papel
A realização
e o argumento
és tu

Por isso escolhe
mesmo quando penses
que não tens nada para escolher.

TIAGO MOITA
"Post Mortem e Outros Uivos"
WorldArtFriends/Corpos Editora
2012

(Nota: este poema foi publicado no Facebook do autor (Tiago V.Moita) no dia 25 de Abril deste ano. Viva a Liberdade!)

domingo, 21 de abril de 2013

POETAS PORTUGUESES DO SÉCULO XXI: ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO


Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro

Estou apaixonado pelo primeiro-ministro
por todos os primeiro-ministros
e pelos segundos
e pelos terceiros
estou apaixonado por todos os presidentes de Câmara
e de Junta
por todos os benfeitores de obra feita
por todos os que erguem e mandam erguer
estradas, pontes, casas, estádios, fontanário, salões paroquiais
estou apaixonado por todos aqueles que governam, que executam, 
que decidem sem pestanejar
por todos aqueles que dão o cu pela causa pública
que se sacrificam pelo bem comum sem nada pedir em troca.
Quero votar entusiasticamente em todos eles
afogá-los em votos
até que se venham 
em triunfo
Estou apaixonado pelo primeiro-ministro
quero vê-lo num bacanal 
com todos os ministros
de todos os ministérios 
e arfar de prazer 
e enrabar o défice, o orçamento
o IVA, a inflação, a recessão
ágil e empreendedor
como um super-homem.
Estou apaixonado pelo primeiro-ministro
Quero vê-lo num filme porno.

De Declaração de amor ao Primeiro-Ministro

ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO, ou A.P.Ribeiro, nasceu no Porto em Maio de 1968. Tem permanecido em Braga, Porto, Trofa, e Vilar do Pinheiro (Vila do Conde). Publicou cerca de dez livros de poesia e um livro de crónicas entre 1988 e 2012. Foi fundador da Revista Literária "Águas Furtadas". Colaborou (e colabora) nas revistas "Piolho/A voz de Deus"; "Cráse", "Bíblia" entre outras. Actuou como disuer/performer  nos Festivais Paredes de Coura de 2006 (ao lado de Adolfo Luxúria Canibal e Isaque Ferreira) e de 2009 com um espectáculo "Um poeta no sapato", local onde regressa a 26 de Maio com a performance "Se pagares uma cerveja está a financiar a Revolução", acompanhado de Suzana Guimarães. Coordenou com Luís Carvalho as sessões de "Poesia de Choque" no Clube Literário do Porto e tem dinamizado as sessões de poesia dos bares "Púcarus" e "Pinguim", no Porto. Foi activista estudantil na Faculdade de Letras na Universidade do Porto e no Jornal Universitário do Porto. É licenciado em Sociologia e é cronista em jornais. Há quem lhe chame provocador, agitador profissional e um dos poetas com mais ascenção mediática da actualidade.

OBRAS PUBLICADAS
  • "Fora da Lei" (E-ditora, 2012)
  • "Café Paraíso" (CulturePrint, 2011)
  • "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller os mercados e outras conversas" (WorldArtFriends/Corpos Editora, 2011)
  • "Um poeta no Piolho" (Corpos Editora, 2009)
  • "Queimai o dinheiro" (Corpos Editora, 2009)
  • "Um poeta a mijar" (Corpos Editora, 2007)
  • "Saloon" (Edições Mortas, 2007)
  • "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (Objecto Cardíaco, 2006)
  • "Sexo, Noitadas e Rock N´Roll" (Edições Pirata, 2004)
  • "Á mesa de um homem só" (O silêncio da Gaveta, 2001)
  • "Gritos, Murmúrios" (com Rui Soares, Grémio Lusíada, 1988)