domingo, 15 de dezembro de 2013

Livro "POST MORTEM E OUTROS UIVOS" de Tiago Moita em S.João da Madeira (22.11.2012)



"Na quinta-feira, dia 22 de Novembro de 2012, pelas 21H30, decorreu na Biblioteca Municipal de São João da Madeira, a sessão de apresentação do mais recente livro de poesia de Tiago Moita, "Post Mortem e Outros Uivos", na qual marcaram presença muitos amigos e admiradores.

A apresentação esteve a cargo da professora Cristina Marques, Mestre em Literatura Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que estabeleceu uma relação estilística entre o livro de Tiago Moita e a obra de Pessoa e Whitman, fazendo referência à predominâncdia de nomes e a ausência de pontuação.

Quanto ao seu conteúdo, o livro divide-se em duas partes.

Na primeira parte, "Post Mortem", Tiago Moita realça o que motiva uma revolução social e o carácter épico e contestatário contra o actual sistema e a civilização em que vivemos. Cristina Marques salientou também o catácter heteronímico desta obra, profícuo em palavras que, no entanto, permitem que a poesia flua e respire, plena da sua dimensão introspectiva e existencialista.

Na segunda parte, "Uivos", o poeta realça a dimensão individual e metafísica do Homem e a ideia de uma revolução interior, feita pelo ser humano, enquanto indivíduo, consciente de que faz parte de um Todo que é o Universo.

Tiago assume o grito da revolta de toda uma geração que nasceu após 25 de Abril de 1974, numa revolução interior que se aproxima mais de um processo de transformação da sociedade a partir do indivíduo.

O livro foi editado pela WorldArtFriends/Corpos Editora e encontra-se à venda na loja online desta editora portuense ou numa livraria perto de si."

sábado, 14 de dezembro de 2013

POETAS PORTUGUESES DO SÉCULO XXI: HUGO MILHANAS MACHADO


O PÃO

Juro que aqui estamos sentados
julgo que mo disse ainda hoje ao despertar
uma mesa diante dos pés
uma manta acolhendo faz frio

Juro que aqui estamos sentados 
o sofá dói a esta hora de domingo

Temos um amor e está bem
podemos deixá-lo na mesinha do corredor
ou no balcão da cozinha junto do pão
e não tem erro entrar e sair da casa 
é passar por ele

Logo de manhã é barrá-lo na fatia do pão
pedir um bocadinho mais destas migalhas.

De As Junções 

HUGO MILHANAS MACHADO nasceu em Lisboa em 1984. É licenciado em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado na Universidade de Salamanca, Espanha, cidade onde reside. Lecciona Filologia Portuguesa na Catedra de Estudios Portugueses (Instituto Camões) da mesma universidade. 

Foi Co-fundador da Cooperativa Literária e director da revista Callema.

OBRAS PUBLICADAS
  • "Pancartas" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
  • "Orla" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
  • "Parrillada" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
  • "Plato Cinco" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
  • "Folas" (Plaquette, Edição de Autor, 2011)
  • "Buchas" ((Edição de Autor, 2010)
  • "As Junções" (Plaquette, Edição de Autor, 2010)
  • "Entre o Malandro e o Trágico" (Artefacto, 2010)
  • "Clave do Mundo" (Sombra do Amor, 2009)
  • "Masquerade" (Sombra do Amor, 2007)
  • "Poema em forma de novem" (Gama, 2005)

domingo, 8 de dezembro de 2013

REVISITANDO OS CLÁSSICOS: FRANZ SCHUBERT




"Serenade"

Franz Schubert

UM POEMA DE KHALIL GIBRAN


"Os vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.
Eles vêm através de vós mas não de vós.
E embora estejam convosco não vos pertencem.

Podeis dar-lhes o vosso amor mas não os vossos pensamentos,
Pois eles têm os seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar os seus corpos mas não as suas almas. 
Pois as suas almas vivem na casa do Amanhã,
que vós não podereis visitar, nem em sonhos.

Podereis tentar ser como eles,
mas não tenteis torná-los como vós.
Pois a vida não anda para trás nem se detém no ontem.

Vós sois os arcos de onde os vossos filhos,
quais flechas vivas, serão lançados.
O arqueiro vê o sinal no caminho do infinito
e Ele com o seu poder faz com que as suas flechas 
partam rápidas e cheguem longe.

Que a vossa inflexão na mão do arqueiro seja para a alegria;
Pois assim como Ele ama a flecha que voa,
Também ama o arco que se mantém estável."

Khalil Gibran
Escritor e Poeta Libanês
(1883-1931)

TEOSOFIA PURA: ANNIE BESANT


"A morte não pode tocar na mais alta consciência do Homem...consegue apenas separar aqueles que se amam tanto como os seus veículos inferiores estão em causa, o Homem que vive na Terra cego pelo assunto, sente-se separado daqueles que já passaram para a frente mas...não existe tal coisa como a morte.

Annie Besant

Teósofa, Maçon, Militante Socialista e
Defensora dos Direitos das mulheres

(1847-1933)

NEW AGE ART: CARL CLASMEYER


"Witness to the cosmic cycles"

Carl Clasmeyer

2009

domingo, 1 de dezembro de 2013

POETAS PORTUGUESES DO SÉCULO XXI: GONÇALO M.TAVARES


PALAVRAS, ACTOS

A ironia ensina a sabotar uma frase
como se faz a um motor de automóvel
se retirares uma peça a máquina não anda, se mexeres
no verbo ou numa letra do substantivo
a frase trágica torna-se divertida,
e a divertida, trágica.

Este quase instinto de rasteirar as frases proteger-me,
desde novo, daquilo que ainda hoje receio: transformar
a linguagem num Deus que salve, e cada frase num anjo
portador da verdade. Tirar seriedade ao acto da escrita
aprendi-o na infância, tirar seriedade aos actos da vida
comecei a aprender apenas depois de sair dela, e espero
envelhecer aperfeiçoando esta desilusão.

Gonçalo M.Tavares
"1"
Relógio de Água
2004

GONÇALO M.TAVARES, mais conhecido como Gonçalo M.Tavares, nasceu em Luanda em Agosto de 1970. Recebeu os mais importantes prémios em língua portuguesa: o Portugal Telecom (2007); o Prémio José Saramago (2005) e o Prémio Ler/Millenium BCP 2004 com o romance "Jerusalém" (Caminho); O prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do Jornal Expresso, com o livro "O Senhor Valéry" (Caminho); O prémio Revelação de Poesia da Associação de Escritores com "Investigações.Novalis" (Difel) e o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores Camilo Castelo Branco com "Água, Cão, Cavalo, Cabeça" (Caminho).

Os seus livros deram origem a peças de teatro, objectos artísticos, vídeos de arte, ópera, etc. Estão em curso cerca de duzentas e vinte traduções distribuídas por quarenta e cinco países.

O Romance "Jerusalém" foi incluído na edição europeia de "1001 livros para ler antes de morrer - um guia cronológico dos mais importantes romances de todos os tempos".

Acumula as funções de escritor e de professor universitário.

OBRAS POÉTICAS PUBLICADAS
  • "1" (Poesia, Relógio de Água, 2004)
  • "Investigações.Novalis" (Difel, 2002)