quinta-feira, 9 de novembro de 2017

POEMA "ENGRAMA" DE TIAGO MOITA


"ENGRAMA"

Tudo é visível aos olhos do poeta
que mergulha ávido nos sulcos
das palavras primordiais do vazio
germinadas da levedura do branco
universo akáshico da nudez azul 
de uma página

Para além da nossa dimensão porosa
nenhum elemento é estranho a ele
nos labirintos das miragens herméticas
que navegam nos abismos 
das gavetas oníricas dos hemisférios

E na sublimação astral da escrita
tatua as metáforas dos retratos,
serigrafia etérea de símbolos e sons
esculpidos durante a cópula muda 
dos sentidos

Resultado: uma mandala pictórica
hermenêutica transcendental de um eco
extraterrestre aos uivos das pedras
que vivem no ventre dos espelhos 
da água.

TIAGO MOITA
"Metanoia"
Chiado Editora
2017

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