quinta-feira, 11 de junho de 2009

SOBRE O FILO-CAFÉ "A DOENÇA"

Poesia, discussão, filosofia, manifestos, memória, música, performance, erotismo num ambiente onde nem faltou espaço para o hip-hop e danças de salão, assim foi mais um Filo-Café da Incomunidade onde eu não podia deixar de estar presente.

Aqui ficam algumas fotos do evento:

(Da cortesia de Nelson Silva)



Alberto Augusto Miranda




Bruno Resende




Uma participante do Filo-Café



Eva Mendez Doroxo (Ao centro) Com Elisabete Pires Monteiro
E Alexandre Teixeira Mendes



João Fragoso, Presidente da Palimage



Aurelino Costa declamando um dos seus poemas



Teixeira Moita numa das suas (in)tervenções (ex)citantes



Eva Mendez Doroxo numa declamação "Hardcore" (1º Escalão)



Tiago Moita (ao microfone) expondo uma das suas opiniões




Alexandre Teixeira Mendes no meio de uma conversa
entre Teixeira Moita e Elisabete Pires Monteiro



A performance de dança Hip-Hop dos "A.A.E Crew"




Aurelino declamando um poema "Anti-Fascista" (25 de Abril Sempre!)



Um pormenor da plateia do Filo-Café



Santiago Macias



Elisabete Monteiro declamando um poema



Um participante do Filo-Café

VESTIDO DE SALVAÇÃO

Os meus nervos são fissuras
de castanho poente à luz

a luz come-se com jangadas de tristeza
nas madrugadas esfomeadas
e a noite foi feita para partir
os espelhos
e os esconderijos são abutres pintados
com sal

ardem sonhos de volúpia
nos vídeos esborrachados de sangue
os crânios quebrados com dinamite
e espadas cortando a nossa carne
no pescoço
explodem

e explodem navios imberbes
com cascos naufragados das ilusões
desvios crustáceos de sono
tombados na funesta neblina das marés

náuseas revolteando nas almas
almas com náuseas revolvidas com tambores
e sal misturado com areia nas praias

as árvores são bosques antigos onde não nos
encontramos

deixem correr o mar deixem
deixem os pedaços do tempo embater em icebergues
deixem os cascos com barcos altos de fumo
enfumar-se na distante selva da orla

porque nós nada disto somos
ossadas compõem nossas paredes gastas
na arruaçada
e somos fragilidades empastadas
de lagoas secas no interstício

bate nas estradas velocissimamente
enlutado bate
bate raspando as lápides
do destino bate
porque a existência um dia te murmurará:
parte para onde as lágrimas desvelem
parte para onde o mundo se intercepte de vestidos
porque o sol cai nas vielas com frio
e nós tombamos cuspidos pela tísica foice
da salvação

abramos o vestido.

Carlos Filipe Vinagre
"Moluscos de Mântua" (Incomunidade, 2009)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Filo-café A DOENÇA em Espinho



Filo-Café: A Doença
6 de Junho de 2008, 21h30
Junta de Freguesia de Espinho
Rua 23, , nº 271
Espinho
Áreas de Emissão:Pensamento, Fotografia, Música, Performance, Poesia, Pequenas-Comunicações, artesanato, Filosofia, Semiótica, Pintura, Escultura.
As obras relativas às Artes Visuais devem ser instaladas, no espaço, entre as 14h e as 18h do dia 6 de Junho.
Será apresentado o último livro de Carlos Vinagre:
Moluscos de Mântua de Carlos Pinto Vinagre
O Filo-Café admite colaborações virtuais (texto ou imagem) que serão publicados no blogue da Incomunidade
Um Filo-Café é, no essencial, um espaço público de trocas. Real. Com pessoas vivas, para lá do virtual. A partir de um tema, há uma pequena troca de comunicação (não superior a dez minutos) que serve para estimular a emissão do pensamento aberta a todos os presentes. No meio das trocas de pensamento surgem emissões artísticas: Pequenas performances, música, poesia, etc. Isto é: a conversa é espontânea, a emissão é artística é "preparada" antecipadamente. No espaço onde se realiza o filo-café há também lugar para a exposição de fotografia, pintura, escultura, instalação. É efémero. A participação na conversa é absolutamente livre. As inscrições, livres, destinam-se às pessoas que querem apresentar algum trabalho artístico.
Inscrições (em permanente actualização):
Eva Mendez Doroxo (Barcelona, Poesia); Nelson Silva (Porto, Pensamento); Elisabete Pires Monteiro (Porto, Pintura); Carlos Silva (Porto, Fotografia); Alexandre Teixeira Mendes (Porto, Pensamento); Carlos Azevedo (Lisboa, Poesia); Elisabete Monteiro (Santa Maria da Feira, Poesia); Aurelino Costa (Argivai, Poesia); Hugo Calhim Cristóvão (Porto, Teatro); Carlos Pinto Vinagre (Espinho, Poesia); Ana Marina Pereira (Porto, Música); Fernando Morais (Amarante, Ideias); Manuel Lourenço Fernandes (Porto, Música); Teixeira Moita (Porto, Música); João Bezerra (Espinho, Ideias); Ricardo Gonçalves (Anta, Ideias); Vitor Villaça (Ruilhe, Ideias); Gustavo Marques (Espinho, Poesia); Gerardo Queipo (Ponferrada, Cerâmica); João Sá Fardinha (Granja, Ideias); Ana Úrsula (Maia, Dança); Fabíola Fernandes (Viana do Castelo, Performance); Santiago Macias (Ponferrada, Memória Histórica); Hermínio Chaves Fernandes (Vilar, Teatro); Alberto Augusto Miranda (Inc.); Júlia Moura Lopes (Gaia, Poesia); Manuel Azevedo (Vancouver, Ideias); Susana Guimarães (Gaia, Poesia); Narcisa Barbosa (Gaia, Artes Visuais); Anabela Brasinha (Porto, Ideias); Guilhermre Rodrigues (Lisboa, Música); Inês Andraney (Porto, Ideias); A.A.E Crew (Espinho, Música); Manuela Vaz (Matosinhos, Fotografia); Bruno Resende (Porto, Artes Visuais); Tiago Moita (S. João da Madeira, Ideias).