POESIA À MESA 2013: CRÓNICA DE UMA CELEBRAÇÃO ESQUECIDA
Em Março de 2003, a Câmara Municipal de São João da Madeira arrancou com um dos eventos culturais mais emblemáticos de Portugal, no que toca à celebração do dia mundial da Poesia - essa arte tão nobre e, por vezes, tão esquecida dos meios de Comunicação Social (excepto quando um poeta morre ou ganha um prémio muito importante) - chamado POESIA À MESA.
A ideia era bastante original: celebrar a poesia nos cafés, restaurantes e bares da cidade, através da leitura de poemas de seis poetas, escolhidos por uma equipa de especialistas, ligados à alimentação, mais um sem número de actividades que primeiro envolveram especialistas no domínio da dissertação poética e depois, a comunidade sanjoanense.
Começando como um evento (quase) despercebido pelos sanjoanenses, no início, começou, passo a passo, a fazer parte da vida dos sanjoanenses, levando muito a prepararem o concelho para a chegada do evento.
No ano passado, o Poesia à Mesa comemorou DEZ ANOS de vida.
Quando se assinala uma efeméride desta natureza, é natural que o evento em si deveria merecer uma atenção especial, por parte da entidade responsável, uma vez que não é todos os dias que um evento cultural comemora uma década de existência, para além da habitual homenagem aos poetas escolhidos nesse ano.
Infelizmente, e para grande desilusão minha - cuja actividade literária começou, precisamente, no segundo Poesia à Mesa a 19 de Março de 2004, quando li o meu primeiro poema ao vivo - a celebração dessa efeméride foi posta de lado. Lamento informar mas, ao contrário das fontes oficiais, devo-vos dizer que não considerei o Poesia à Mesa do ano passado um dos melhores de sempre, não só por não ter sido convidado nenhum poeta homenageado para uma sessão "à conversa com...", não ter sido feito uma promoção a ESTE poesia à mesa como deve ser, não ter estado NENHUM livro de poesia na Feira do Livro de São João da Madeira (Ex-loja de pronto-a-vestir Nova Era), a Biblioteca Municipal não expor livros de poesia de poetas e poetisas homenageados, não ter sido dada voz aos poetas da terra para explicar aos jovens o que é a poesia e o que é ser-se poeta nos dias de hoje, não terem sido convidado poetas sanjoanenses para a "sintonia poética" (Só estive lá eu, por minha iniciativa), não só pelos problemas técnicos e logísticos na Peregrinação Poética pelo Mercado Municipal (sobretudo nos momentos das leituras da Catarina N.Almeida e da Ana Luísa Amaral), mas, principalmente por não ter sido feita nenhuma homenagem DECENTE a um dos melhores eventos de homenagem à poesia feita em língua portuguesa em Portugal.
Espero que casos como este não se voltem a repetir.
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