terça-feira, 22 de março de 2016

SOBRE A APRESENTAÇÃO DO LIVRO "O MOVIMENTO IMPRÓPRIO DO MUNDO" DE SARA F.COSTA EM SJM (21.03.2016)


"O DEVIR INAPROPRIADO DO MUNDO"

Se a vitória que a minha amiga Sara F.Costa alcançou em 2007 e em 2011, quando ganhou o Prémio Literário João da Silva Correia em São João da Madeira, foi para mim uma alegria e um orgulho, a vitória que ela alcançou este ano, pela terceira vez consecutiva, deixou-me boquiaberto e estupefacto. Se ela continuar a ganhar prémios como este, a este ritmo, cada vez que concorre, será caso para perguntar, não quem vai ganhar o Prémio Literário João da Silva Correia na categoria de Poesia, cada vez que ele surja, mas, que pseudónimo a Sara vai inventar para ganhar esse prémio.


O terceiro livro de Poesia de Sara F.Costa
"O Movimento Impróprio do Mundo"
(Âncora Editora, 2016)

Foi no dia 14 de Janeiro deste ano que soube da notícia da vitória da Sara neste concurso, através dos jornais semanários locais "O Regional" e o "Labor", e fiquei curioso, não só com o título do seu novo poemário - "O Movimento Impróprio do Mundo" - mas a explicação do júri do prémio (composto pelo Presidente da Câmara, Dr. Ricardo Figueiredo, a Chefe da Divisão de Cultura e Directora do Museu de Chapelaria, a doutora Suzana Menezes, a doutora Maria Teresa Azevedo, responsável pela Biblioteca Municipal doutor Renato Araújo em São João da Madeira e o poeta e coordenador da campanha cultura "Poesia à Mesa", José Fanha) pela atribuição deste mui nobre prémio literário sanjoanense à Sara: ""Apresenta uma escrita fluída e apelativa, tonalizada com algum humor, aparentemente simples, mas trabalhada e consistente. Abordando temáticas actuais e referências a símbolos identitários nacionais, o livro contém um conjunto de poemas que desenvolvem uma reflexão poética intensa e envolvente em torno do quotidiano da própria poeta, transportando o leitor para universos marcadamente pessoalizados."   


O público presente antes da sessão.

A sessão correu sem sobressaltos e à hora marcada, tal como foram as anteriores. Nessa segunda fria e nebulosa de 21 de Março de 2016 (dia mundial da Poesia), deviam estar mais de 30 pessoas presentes no auditório da Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo em São João da Madeira (quase o mesmo número de 2011). Travei alguns contactos e troquei breves impressões com os familiares, amigos, ilustres sanjoanenses (em especial com Manuel Córrego e Martz Inura, com os quais debati certos assuntos a respeito da literatura e do mercado literário) e algumas caras conhecidas. Tal como aconteceu há cinco anos atrás, os primeiros exemplares da obra foram oferecidos a todos os presentes naquele evento.


O presidente da Câmara Municipal de São João
da Madeira - e membro do júri do Prémio Literário
João da Silva Correia 2015 - doutor Ricardo
Figueiredo.

Coube ao Presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira - e membro do júri do Prémio Literário João da Silva Correia 2015 -, doutor Ricardo Figueiredo, iniciar a sessão. No seu discurso, agradeceu a presença do público que se deslocou até à Biblioteca Municipal para assistir ao evento, enfatizou as razões que levaram a Câmara Municipal da minha terra a realizar, ocasionalmente, o prémio acima mencionado: enaltecer o nome e a obra do maior vulto das letras sanjoanenses, João da Silva Correia, promover e consolidar hábitos de leitura e de escrita criativa, estimulando um envolvimento mais efectivo da população e incentivando o aparecimento de novos valores na literatura. Enalteceu a vencedora e parabenizou a atribuição do Prémio a uma obra "de grande valor literário", deixando no ar uma frase, no mínimo, insólita e enigmática: "A Sara bem tentou esconder-se atrás de um pseudónimo que já sabíamos que ia ganhar."(sic).


O editora da Âncora Editora - e membro do júri
do Prémio Literário João da Silva Correia 2015 -
António Baptista Lopes.

Finda a intervenção do edil sanjoanense, coube ao editor da Âncora Editora - e membro do júri do Prémio Literário João da Silva Correia 2015 - António Baptista Lopes tecer alguns comentários a respeito da obra vencedora e da autora premiada. Para o editor, não havia margem para dúvidas a respeito da escolha da obra em causa, reconheceu a sua qualidade e inovação, bem como o talento (mais que reconhecido e merecido) da poeta e, inclusive, desafiou-a a traduzir a sua obra para mandarim, caso a sua obra consiga chegar à República Popular da China - entre outras obras da sua editora.


O escritor, poeta, comunicador, coordenador
(desde 2006) da campanha cultural "Poesia
à Mesa" - e membro do júri do Prémio
Literário João da Silva Correia 2015 - José
Fanha.

Concluída a intervenção do editor da obra "O Movimento Impróprio do Mundo" da Sara F.Costa, coube ao escritor, poeta, comunicador, coordenador (desde 2006)  da campanha cultural "Poesia à Mesa 2015", José Fanha, dizer algumas palavras a respeito da autora e da sua obra. Pessoalmente, foi um desilusão: falou da musicalidade da língua portuguesa em relação às outras línguas, da Poesia e dos poetas do seu tempo, leu algumas estrofes que achou mais "poéticos" e "interessantes" (sem explicar porque é que gostou e escolheu a obra premiada) e concluí com um elogio muito simplório: "A Sara é uma bela poeta"(sic).


A vencedora do Prémio Literário João da Silva
Correia 2015, Sara F.Costa.

Terminada a sua intervenção, coube à vencedora do prémio em questão, Sara F.Costa, dizer algumas palavras a respeito do prémio, do seu percurso e da sua obra. Agradeceu, em primeiro lugar, ao júri pela atribuição do prémio ao seu mais recente poemário; revelou o seu orgulho em ganhar um prémio com o nome de João da Silva Correia, cuja obra "Unhas Negras" é "um dos seus livros favoritos", esperando que a escrita do escritor sanjoanense continue a ter divulgação na contemporaneidade e prometeu fazer alguma coisa para contribuir para a sua divulgação. 

A respeito do livro, salientou que escreveu durante as viagens que fazia de autocarro entre Lisboa e Braga, quando ia ter com o seu namorado. Segundo a poeta "É um livro concentrado na omnipresença do sonho e no jogo desinteressado do pensamento", porque entende que "a minha escrita pretende pungir convenções e pressupostos sociais e morais, desafiando a organização social através do recurso ao conhecimento inconsciente em detrimento da lógica". E acrescentou "Este livro é um processo de desconstrução permanente das várias dimensões das realidades onde julgamos existir" (sic).


João, sobrinho de Sara F.Costa, lendo um dos
poemas do seu último livro de Poesia.


Cátia Pereira e Luís de Aguiar interpretando um tema instrumental
de música tradicional israelita.


O poeta Luís de Aguiar lendo um dos dois poemas do livro
"O Movimento Impróprio do Mundo" da sua amiga poeta,
Sara F.Costa.

A sessão contou também com alguns momentos lúdicos, como a leitura de um dos poemas por parte do sobrinho da minha amiga Sara F.Costa e do seu amigo - e grande poeta - Luís de Aguiar (que leu "Auto-retrato" e "Dicas para gente despedida"), que acompanhou a sua namorada, a violinista Cátia Pereira, na interpretação de um tema instrumental de música tradicional israelita.


Sara F.Costa dando um autógrafo.

Não faltou a tradicional sessão de autógrafos, onde Sara teve também a oportunidade de trocar algumas impressões com todos aqueles que se aproximaram dela para pedir um autógrafo do seu mais recente poemário.


Tiago Moita e a sua amiga Sara F.Costa

E não podia faltar o autor desta (modesta) crónica na fotografia...


Da esquerda para a direita: Luís de Aguiar, Cátia Pereira, Sara
F.Costa, Ana Filipa Pereira e Tiago Moita.

...e um resto de noite bem agradável, na companhia de bons amigos.

Parabéns, minha querida e talentosa amiga Sara! Tu (mais uma vez) mereces!

Tiago Moita.

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