sexta-feira, 15 de julho de 2022

FEIRA DO LIVRO DE SÃO JOÃO DA MADEIRA 2022: UM BALANÇO ( MAIS) CRÍTICO

 


FEIRA DO LIVRO DE SÃO JOÃO DA MADEIRA: UM BALANÇO ( MAIS) CRÍTICO.

Para além dos elogios que fiz neste (brilhante) artigo do jornalista António Gomes Costa desta semana, no jornal "O Regional", acerca da realização da primeira Feira do livro de São João da Madeira, importa também salientar algumas críticas (construtivas) a este evento. Nem tudo foi um mar de rosas durante (e antes) o fim-de-semana que passou e importa separar o trigo do joio de tudo o que aconteceu nesta primeira Feira do Livro no nosso concelho. A saber:

1- A (MÁ) ALTURA EM QUE SE REALIZOU:  Realizar um evento tão importante para a promoção da leitura, dos livros e dos escritores numa época destinada a férias, idas à praia e outros passeios e viagens como o mês de Julho é um convite para a indiferença e para o desinteresse em qualquer actividade cultural. É certo que apareceu bastante gente, mas esteve longe de ser um sucesso como acontece noutros eventos da nossa cidade. Sugeria que, da próxima vez, a Feira do livro se realizasse numa altura mais propícia para o ajuntamento e convívio popular, como o segundo ou terceiro fim-de-semana de Maio, por exemplo.

2- A AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES CÍVICAS E DAS ESCOLAS NA FEIRA DO LIVRO DE SÃO JOÃO DA MADEIRA: Se é possível assistirmos à participação de grande parte das associações cívicas e das escolas do nosso concelho em eventos como o Poesia à Mesa ou o Festival de Teatro, por que não convidar, a partir da próxima Feira do Livro, todas - ou a maior parte - as associações cívicas e escolas da nossa cidade para tratar da animação sócio-cultural deste evento? Teremos sempre de contar com animadores e contador@s de estórias de fora quando temos pessoas na nossa terra que sabem fazer isso?

3- (DES)IGUALDADE DE TEMPO NA PALESTRA COM AUTORES SANJOANENSES: Numa Feira do Livro local que aspira a ser nacional, a presença de autores nacionais em mesas redondas, tal como aconteceu na nossa primeira Feira do Livro, é muito importante para o prestígio do evento e para aproximar cada vez mais os leitores da leitura e das experiências e testemunhos dos escritores acerca do seu processo criativo. Os autores sanjoanenses não são uma excepção. Deviam ser tratados como iguais mas não foram. Se escritoras como a Cláudia Santos Cruz, a Susana Piedade, a Marta Pais de Oliveira, puderam começar mais tarde e acabar quando já não havia mais perguntas por parte da professora Cristina Marques (que moderou brilhantemente a palestra) e do público que assistiu a essa mesma palestra, por que motivo não foi permitido o mesmo tempo e excepção na palestra dos escritores sanjoanenses, da qual eu estive incluído? A banda de música não poderia esperar pelo fim da nossa palestra? Fazemos parte da regra ou somos uma excepção?

 4- AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO DOS EVENTOS DURANTE A FEIRA DO LIVRO DE SÃO JOÃO DA MADEIRA: Quando eu vou fazer uma sessão de autógrafos nas Feira do Livro de Lisboa e do Porto, o meu nome é sempre anunciado quando chega a hora de eu realizar a minha sessão de autógrafos. Por que não fizeram o mesmo com todos os autores que deram sessões de autógrafos durante a Feira do Livro de São João da Madeira, bem como os restantes eventos? Espero que, a partir do próximo ano, isso nunca mais volte a acontecer.

5- A PRESENÇA DE UMA SÓ PAPELARIA/LIVRARIA SANJOANENSE NA FEIRA DO LIVRO DE SÃO JOÃO DA MADEIRA: Foi com estupefacção que fiquei a saber, uma semana antes da realização da Feira do Livro de São João da Madeira, que só foi autorizada a presença de UMA SÓ PAPELARIA/LIVRARIA SANJOANENSE - a Papelaria/Livraria Lusíada da dona Glória Rosa. Tendo em conta que as papelarias/livrarias da nossa terra são os únicos estabelecimentos privados de venda de livros de escritores e poetas do nosso concelho, por que motivo só esteve presente UMA papelaria/Livraria?

6- O MOMENTO DA APRESENTAÇÃO DA FEIRA DO LIVRO DE SÃO JOÃO DA MADEIRA: um evento como a primeira Feira do Livro de São João da Madeira não devia ser anunciado uma semana ANTES do início do evento. Espero que da próxima vez anunciem com mais antecedência, de modo a preparar todas as entidades interessadas (Associações Cívicas, escolas, escritores sanjoanenses, papelarias, livrarias, editoras, escritores nacionais, etc.), para um evento tão importante como este.
Estas são as minhas seis críticas que faço à primeira Feira do Livro de São João da Madeira. Não o faço de forma destrutiva mas antes contrutiva. Espero que as entidades responsáveis as leiam, reflitam e ajam de modo a que, a partir do próximo ano, a Feira do Livro de São João da Madeira seja um verdadeiro evento de projecção nacional e uma marca e um orgulho para o nosso povo e o nosso concelho. 

Para terminar, gostaria de agradecer ao António Gomes Costa por ter-me autorizado dizer algumas palavras para o nosso mui nobre "O Regional" acerca da nossa primeira Feira do Livro no nosso concelho. Aquilo que escrevi no jornal é tão verdadeiro como tudo aquilo que acabei de agora de escrever neste post. 

Tiago Moita. 
Escritor 

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