quarta-feira, 22 de julho de 2015

SOBRE A PRIMEIRA "FUGA POÉTICA" NO CAFÉ "O POETA" EM SÃO JOÃO DA MADEIRA (21.07.2015)

AMOR E EROTISMO EM TEMPO DE MUDANÇA (II)

Nenhuma das minhas expectativas conseguiu prever o desfecho daquela histórica noite de terça-feira, dia 21 de Julho de 2015, pelas 21H30, no café "O Poeta" em São João da Madeira. Tinha chegado cinco minutos mais cedo que o habitual e mais de quarenta pessoas aguardava a primeira "Fuga Poética" num dos mais belos e acolhedores cafés da cidade e do concelho, para não dizer das terras de Santa Maria.

A ansiedade e a expectativa pareciam não dar tréguas a todo o meu ser naquele tempo. A hora já passava e, mesmo assim, ainda faltavam pessoas. Os minutos avançavam a passo largo e, pouco a pouco, iam aparecendo os restantes tertulianos que compuseram as cerca de cinquenta almas que ocorram para aquela noite histórica. Desde os habituais membros desta "grande família" que se transformou as "Fugas" passando por caras novas, surpresas de longa data e de grandes distâncias, entre muitos curiosos, misturados com alguns clientes habituais, indiferentes ou espantados com tamanha afluência ao seu espaço de convívio de eleição.

Antecipando-se à sua nova função, o doutor Ângelo Campelo fez questão de abrir a sessão enquanto eu acompanhava mais um grupo de amigos meus para o evento. Chegado ao meu posto, dei as boas-vindas a todos os presentes, fiz um pequeno balanço de todo o meu trabalho nas "Fugas Poéticas", justifiquei a minha saída (forçada) por motivos profissionais da sua organização e coordenação e apresentei a nova equipa de coordenação da mesma e o meu sucessor à frente desta grande iniciativa cultural com mais de um ano de existência, fazendo os mais rasgados e (mais do que) merecidos elogios à sua pessoa.

Findas as boas-vindas, balanços, justificações e elogios, o fundador das "Fugas" - a par de Edmundo Silva - e coordenador Tiago Moita abriu as hostes lendo um poema alusivo ao tema (facultativo) do mês, inteiramente dedicado ao Amor e ao Erotismo: "O meu olhar é nítido como um girassol" do célebre heterónimo - e mestre - de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro. E as intervenções não se fizeram esperar.

Quais almas ávidas de Poesia e júbilo, um a um, as pessoas que participaram nesta iniciativa começaram a dar vida aos poemas de Suzamna Guimarães, David Mourão-Ferreira, José Régio, Florbela Espanca, Paul Leminsky, Castro Reis, Virgílio Liquito, Duarte Manuel Klut, Rabindranath Tagore, Herberto Hélder, Vinicious de Moraes, Eugénio de Castro, Sophia de Mello Breyner Andressen, Marçal Aquino, Mia Couto, Adolfo Dias, Manuela Bulcão, Jorge de Sousa Braga, Luís Vaz de Camões, José Carlos Ary dos Santos, Carlos Lacerda, António Botto, Eugénio de Andrade, Alice Queiroz, Edmundo Silva e Tiago Moita, numa noite onde se escutaram poemas de poetas de todas as idades, locais e desconhecidos, em que não faltou alegria, improviso, animação e uma surpresa em forma de poema feita por mim ao meu sucessor e à nova equipa de coordenação de uma das maiores e mais memoráveis iniciativas cultural que organizei, coordenei e participei em nove anos (quase) ininterruptos de voluntariado cultural que exerci em São João da Madeira  que agora chegaram ao fim mas que guardarei para sempre na minha memória e no meu coração.

Até Breve!

Aqui ficam as fotos da minha última sessão:


Parte do público presente antes de começar a sessão.


O público em amena cavaqueira, antes de começar a sessão.


Tiago Moita - um dos fundadores das "Fugas 
Poéticas, a par de Edmundo Silva e coordenador
da iniciativa - abrindo a sessão com a leitura  poética
do poema "O meu olhar é nítido como um girassol"
do célebre heterónimo - e mestre - de Fernando 
Pessoa, Alberto Caeiro.

(Foto de Dinis Silva)


Os livros e papéis na mesa de Tiago Moita.

(Foto de Dinis Silva)


Agostinho Silva - um estreante nas "Fugas Poéticas"-
dizendo um poema alusivo ao nome do estabelecimento:
"O Poeta".


A poeta e escritora Suzamna Hezequiel - uma 
estreante nas "Fugas Poéticas" - lendo o poema
"É de ti que transbordo" do seu segundo livro de
Poesia "Pudorgrafia" (Texto Sentido, 2015).


Carmo Silva - uma estreante nas "Fugas Poéticas"-
lendo o poema "O Coração" de Carlos Castilho
Paz.


Carlos Pinho lendo um poema/canção "Amor e Sexo"
da cantora brasileira Rita Lee. 


Susana Moura lendo um poema da sua autoria.


Paula Fernandes lendo um poema da sua autoria:
"Romance".


Victor José lendo um poema da sua autoria:
"Solidão Pitonísia".


Miguel - um estreante nas "Fugas Poéticas" -
lendo um dos seus poemas.


O poeta e diseur Carlos Lacerda declamando
o célebre poema de José Régio "Cântico Negro"


Isabel Barbosa lendo o poema "Inconstância" de
Florbela Espanca.


O doutor Luís Quintino lendo um poema do poeta
brasileiro Paul Leminsky.


O senhor Altino lendo um poema de Castro Reis.


Virgílio Liquito - um estreante nas "Fugas Poéticas" -
lendo um poema da sua autoria.


Duarte Manuel Klut lendo um poema da sua autoria:
"Vendo para além".


Pedro Neves - um estreante nas "Fugas Poéticas" -
dizendo um poema de Vinicius de Moraes e uns
provérbios portugueses bastante "apimentados".


Rogério Barbosa dizendo dois pensamentos acerca
dos dois temas (facultativos) do mês - o Amor e o
Erotismo - seguido de um poema de Eugénio de 
Castro.


Luana Lua lendo o poema "Assim o Amor" de 
Sophia de Mello Breyner Andressen. 


A poeta Alice Queiroz lendo o "Poema da Curta"
de Marçal Aquino. 


A poeta Manuela Bulcão - uma estreante nas "Fugas
Poéticas" - lendo o poema "Para ti" de Mia Couto.


M Conceição Gomes lendo o poema "Erótico
Xadrez, Xeque ao Rei" de Adolfo Dias.


Tiago Moita e Inês Severino lendo o poema "O 
teu mamilo no meu mamilo" de Jorge de Sousa 
Braga.

(Foto de Dinis Silva)


Maria de Fátima Passos lendo o poema "Recordação"
de Manuela Bulcão. 


Virgílio Gonçalves lendo o poema "Onde andará
o meu doutor?" de Tatiana Bruscky.


Parte do público presente durante a sessão.


Outra parte do público presente durante a sessão.


Tiago - um estreante nas "Fugas Poéticas" - lendo
o célebre poema "Amor é um fogo que arde sem se ver"
de Luís Vaz de Camões. 


Inês Severino lendo o poema "Na Mesa do Santo 
Ofício" de José Carlos Ary dos Santos.


O doutor Luís Quintino lendo o célebre poema
"Poeta Castrado, não!" de José Carlos Ary dos
Santos.


Fernanda Guimarães lendo um poema de 
Carlos Lacerda.


O doutor Ângelo Alberto Campelo Sousa dissertando sobre o poema
que ia ler do mais recente poemário de Tiago Moita "Post Mortem e 
Outros Uivos" (WorldArtFriends/Corpos Editora, Novembro de 2012)

(Foto de Dinis Silva)


O doutor Ângelo Alberto Campelo Sousa lendo o
poema "Elegia de um Adeus" de Tiago Moita.


Tiago Moita com o doutor Ângelo Alberto Campelo Sousa e a
equipa de coordenação que o substituiu após a sessão
(Da esquerda para a direita: Tiago Moita, Luís Quintino, Lena 
França, M Conceição Gomes, Ângelo Alberto Campelo Sousa
e Isabel Barbosa.

(Foto de Dinis Silva)

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