A poucas horas de partir para coordenar, pela última vez, as "Fugas Poéticas", ontem, dia 21 de Julho de 2015, no café "O Poeta" em São João da Madeira, escrevi este poema em homenagem a todos aqueles(as) que embarcaram nesta aventura de fazer sessões poéticas quinzenais nos cafés e bares da minha terra, São João da Madeira. Como não consigo dizer "obrigado" tudo aquilo que eu senti ontem, deixei tudo num poema, este poema que vos deixo.
Até sempre, "Fugas Poéticas"
"POESIA EM FUGA"
Cheguei onde sempre nasci
da primeira centelha
de sabedoria primordial
que brotou da explosão do verbo
que germinou do Universo.
Viajei entre dois mundos
dois abrigos telúricos
semeados por dois poetas
forjados pelo fogo moído
da vida e da morte
sob a forma de um sonho.
Naveguei nesse sonho
como quem não deseja saber
o que lhe espera além
da fina lâmina do horizonte
nas línguas nocturnas dos amantes
que me conhecem através do som
da minha harpa.
Desci do coração da alma
para a bruma da terra
palavra ante palavra
lágrima ante lágrima
gesto ante gesto
como quem dança sem roupa
desafiando a gravidade dos dias.
Quando voltei, não quis partir
partir é chegar sempre
à estrada que somos
Regresso onde sempre
me encontraram
numa página em branco
numa tela virgem de cor e pincel
na lágrima de um beijo
num sorriso do céu
ou na memória de alguém
que continua a cantar
os poemas dos poetas
que nunca ignoraram
o meu silêncio.
TIAGO MOITA
21.07.2015
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