O PÃO
Juro que aqui estamos sentados
julgo que mo disse ainda hoje ao despertar
uma mesa diante dos pés
uma manta acolhendo faz frio
Juro que aqui estamos sentados
o sofá dói a esta hora de domingo
Temos um amor e está bem
podemos deixá-lo na mesinha do corredor
ou no balcão da cozinha junto do pão
e não tem erro entrar e sair da casa
é passar por ele
Logo de manhã é barrá-lo na fatia do pão
pedir um bocadinho mais destas migalhas.
De As Junções
HUGO MILHANAS MACHADO nasceu em Lisboa em 1984. É licenciado em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado na Universidade de Salamanca, Espanha, cidade onde reside. Lecciona Filologia Portuguesa na Catedra de Estudios Portugueses (Instituto Camões) da mesma universidade.
Foi Co-fundador da Cooperativa Literária e director da revista Callema.
OBRAS PUBLICADAS
- "Pancartas" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
- "Orla" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
- "Parrillada" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
- "Plato Cinco" (Plaquette, Edição de Autor, 2012)
- "Folas" (Plaquette, Edição de Autor, 2011)
- "Buchas" ((Edição de Autor, 2010)
- "As Junções" (Plaquette, Edição de Autor, 2010)
- "Entre o Malandro e o Trágico" (Artefacto, 2010)
- "Clave do Mundo" (Sombra do Amor, 2009)
- "Masquerade" (Sombra do Amor, 2007)
- "Poema em forma de novem" (Gama, 2005)
1 comentário:
Bem sei que o pão é necessário para a vida, mas será assim tão preciso que a poesia não viva sem ele?... ou em vez de transcendermos as vidas e a poesia, somente transcendemos as migalhas que ficam da refeição fútil que para alguns parece ser escrever...
Perdoe-me a cultura por querer mais que pão na minha transcendência...
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