terça-feira, 24 de junho de 2014

SOBRE A SEGUNDA SESSÃO "POESIA À SOLTA" NO NEPTÚLIA BAR EM SÃO JOÃO DA MADEIRA (17.06.2014)

O POEMA E O TEMPO

Com esta frase finda o célebre poema homónimo de Sophia de Mello Breyner Andresen, lido, em conjunto pelos mentores e coordenadores das noites poéticas mensais nos cafés e bares de São João da Madeira, Tiago Moita e Edmundo Silva. Nunca uma frase ilustrou com tanto realismo os dois elementos que se fizeram sentir mais naquele noite, onde o tempo resolveu pregar uma partida a todos os presentes mas, mesmo assim, a Poesia não se rendeu à sua presença.

Naquele momento de pura partilha e entrega, a Poesia rendeu-se à homenagem que todas aquelas pessoas que, fora do conforto dos seus lares, a abraçaram e dançaram com ela, fazendo circular o silêncio das palavras de boca em boca, como beijos agridoces levados pelo vento, e aqueceram as almas - assim como as mantas improvisadas pelos responsáveis do bar aqueceram os corpos -, do público presente naquela noite.

Terminada a leitura conjunta do poema de Sophia, Tiago Moita lançou o desafio e cedo se fizeram ouvir os primeiros poemas. Ouve quem homenageasse a Poesia, a mãe ou o amigo ausente; ouve quem lesse do papel, do telemóvel ou mesmo do livro da segunda classe, que guardava no baú das memórias; leram-se poemas com sabor sanjoanense; outros de sabor desconhecido e outros com o sabor imortal dos poemas de poetas imortais como Manuel António Pina, Eugénio de Andrade, Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa - pela voz dos seus heterónimos Álvaro de Campos e Alberto Caeiro -, José Tolentino Mendonça, Nuno Júdice, Miguel Torga, Afonso Lopes Vieira, António Ramos Rosa e Herberto Hélder. Também se escutou Poesia na língua de Camões, vinda do outro lado do Atlântico, como Vinícius de Moraes e Oswaldo Montenegro.

Numa noite onde nem o frio nem a intervenção da polícia (certamente, também para ler algum poema) faltou, a Poesia vibrou e mostrou a sua presença numa plateia com mais de quatro dezenas de pessoas e trinta participações, onde, pela primeira vez, assistiram e participaram crianças. A todas essas pessoas que vieram celebrar a Poesia, o meu muito sincero e humilde muito obrigado.

Aqui ficam as fotos dessa noite maravilhosa: 


Parte do público presente na sessão


Uma da pessoas que participou
lendo um poema da sua autoria


Um portuense lendo poemas de Afonso
Lopes Vieira do "livro da Segunda Classe"


Mais um partipante das noites poéticas 
mensais, lendo um poema da sua autoria


Uma criança lendo um poema dedicado
à Poesia


Mais um participante lendo um poema
do célebre heterónimo de Fernando Pessoa,
Álvaro de Campos


O escritor e poeta sanjoanense, Edmundo
Silva - um dos mentores e coordenadores
das noites poéticas mensais nos cafés e bares
de São João da Madeira - lendo o poema "Convidado"
de Rabindranath Tagore


Uma criança lendo um poema dedicado
à sua mãe


O Dr. Luís Quintino lendo um poema de
Manuel António Pina


O doutor Magalhães dos Santos lendo 
um dos seus poemas


Pedro Laranjeira lendo um poema


 A Poeta Dina Silvério lendo um poema
da sua autoria


O senhor Reis cantando um poema


Filipa Gomes (APROJ) lendo o poema
"Metade" do poeta brasileiro Oswaldo
Montenegro


Maria Clara lendo um poema de um 
poeta desconhecido


Raquel Gomes de Pinho
lendo um conto poético


Uma jovem lendo um poema do poeta
brasileiro Vinicius de Moraes


A directora da Biblioteca Municipal 
Dr. Renato Araújo de São João da Madeira,
Doutora Maria Teresa Azevedo, lendo
um poema de Miguel Torga


O poeta sanjoanense Francisco
Guedes de Amorim lendo um poema
de Luís Vaz de Camões


Edmundo Silva lendo o poema
"LIVRE-ARBÍTRIO" do livro
"Post Mortem e Outros Uivos"
(WorldArtFriends/Corpos Editora, 2012)
de Tiago Moita


Filipe, responsável pelo Neptúlia Bar,
lendo um poema

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