domingo, 10 de maio de 2015

SOBRE A NONA "FUGA POÉTICA" NA CONFEITARIA "COLMEIA" EM SÃO JOÃO DA MADEIRA (05.05.2015)

ALMA MATER

A mãe foi sempre um dos temas mais populares da Poesia. Símbolo matricial da família, fonte de amor puro e incondicional, ponto ómega de um caminho trilhado pelas teias do destino, panaceia universal de memórias, afectos, virtudes e sacrifícios, a mãe tornou-se uma presença constante, não só na Poesia, mas em noites tão especiais como aquela noite de terça-feira, dia 5 de Maio, pelas 21H30 na Confeitaria "Colmeia" em São João da Madeira.

O tempo parecia ter feito uma pequena trégua naquela noite. Tanto as presenças habituais nas "Fugas" como os seus convidados e alguns curiosos que por ali passaram, disfarçavam a expectativa e engoliam a ansiedade com algumas bebidas e trocas singelas de risos, olhares, livros e dois dedos de conversa, enquanto não chegava a hora de mais uma tertúlia naquela primeira terça-feira de Maio. Duas presenças estreantes se destacaram com a minha chegada. A sessão estava prestes a começar.

Terminadas as apresentações, cumprimentos e recados, Tiago Moita abriu a tertúlia com as tradicionais boas-vindas a todos os presentes, uma saudação muito especial aos convidados e uma leitura muito expressiva do poema "Mãe" de José Agostinho Baptista, como forma a dar início a mais uma noite de homenagem à Poesia - especialmente à Mãe.

Lançada a deixa, as intervenções não se fizeram esperar. Durante duas horas e meia ouviram-se confidências de eventos e intervenções de tempos remotos, gargalhadas estridentes de artigos irónicos sobre proibições de sociedades secretas e confissões de pais para filhos, assim como poemas de Maria Almeida Medina, António Gedeão, Florbela Espanca, Sílvia Araújo Mota, António Ramos Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Alice Queiroz, Miguel Torga, Eduardo Leal, Casimiro de Abreu, Ana Albergaria, António Salvado, David Mourão-Ferreira, Emanuel Félix, Conchat Osório, Fernando Vieira, Herberto Hélder, Fernando Pessoa, Mário Henrique Leiria, António Botto, Maria Teresa Horta, Fernando Campos Castro, Álvaro de Campos, José Carlos Moutinho, Ana Paula Labão e Joaquim Pessoa. Tudo numa noite em que a Poesia foi rainha e a mãe, uma ode lírica de um amor que não se esquece e que da lei da morte sempre se liberta.

PRÓXIMA PARAGEM: Neptúlia Bar, 19 de Maio, 21H30 (1º Aniversário)

Aqui ficam as fotos do evento.  


Parte do público presente na sessão.



Tiago Moita, coordenador e um dos fundadores 
das "Fugas Poéticas" nos cafés e bares de
São João da Madeira, a par de Edmundo Silva, 
lendo o poema "Mãe" de José Agostinho Baptista.


O doutor Rui Vaz Pinto, presidente da UNICEPE, 
um dos estreantes na "Fugas Poéticas" nos cafés
e bares de São João da Madeira, dizendo o poema
"Mãezinha" de António Gedeão.


Vieirinha Vieira, uma estreante nas "Fugas Poéticas"
nos cafés e bares de São João da Madeira, lendo o 
poema "Mãezinha" de Florbela Espanca.


O doutor Magalhães dos Santos lendo um dos seus
versos sobre o tema "mãe".


Outra parte do público presente na sessão.


Rosa Familiar (Flor Yaleo) lendo o poema
"Amor de Mãe" de Sílvia Araújo Mota.


Edmundo Silva, um dos fundadores das "Fugas
Poéticas" nos cafés e bares em São João da Madeira,
a par de Tiago Moita, lendo o poema " Louvo a Volúpia
pujança" de António Ramos Rosa.


Amílcar Bastos falando do célebre artigo que o 
poeta e escritor Fernando Pessoa escreveu no 
"Diário de Notícias" a ironizar uma lei contra a
existência de sociedades secretas em Portugal, 
promulgada pelo Presidente do Conselho de
Ministros do Estado Novo, o Dr. António de 
Oliveira Salazar.


Amílcar Bastos dizendo o poema "Minha mãe, 
minha mãe" de Guerra Junqueiro.


Raquel Gomes de Pinho lendo um poema sobre a 
mãe de Carlos Drummond de Andrade.


O senhor Serafim lendo o poema "Oferenda" de
Miguel Torga.


O doutor Campelo lendo o poema "Minha Mãe"
de Casimiro de Abreu.


Maria de Fátima Passos lendo o poema "Mãe"
de Ana Albergaria.


A professora Maria Teresa Stanislau lendo o poema
"Certidão de Nascimento" de David Mourão-Ferreira.


O senhor António Pinheiro lendo um poema seu 
dedicado ao tema "Mãe".


Tavares Ribeiro lendo um poema da sua autoria.


Victor José lendo o poema "Sigo Contigo" de 
Rosa Familiar (Flor Yaleo).


Virgílio Gonçalves lendo o poema "Calçada de
Carriche" de António Gedeão.


Sãozita Alves lendo o poema "As minhas Asas de 
Ilusão" de Alice Queiroz.


Edmundo Silva lendo o poema "São claras as
crianças" de Herberto Hélder.

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