segunda-feira, 5 de março de 2007

TEM A PALAVRA A GARGANTA!...

Comunicar foi, porventura, a descoberta mais surpreendente alguma vez feita pelo homem, desafiando até mesmo os limites da sua imaginação. Longe estaria de imaginar a mudança que esse poder iria trazer na sua vida e os desafios que iria causar à sua imaginação: Desde os tempos dos homens das cavernas, quando o homem começou a exprimir as suas ideias e visão do mundo através da palavra e do gesto, do desenho, passando mais tarde para a escrita, até descobrir aquela que é considerada a forma mais profunda e universal de comunicação que é a arte, como necessidade de integração e afirmação na sociedade donde vive e pertence e expressão concreta da sua forma de ver e sentir o real e o absoluto, que o homem nunca mais prescindiu dessa descoberta para a sua sobrevivência e meio de descoberta do universo e de si próprio.

Saída das cinzas de um blog com o mesmo nome (apenas começando com o artigo definido feminino singular “a”), “Garganta do silêncio” pretende ser mais que um blog pessoal, fruto de um desejo narcisista de um umbigo escondido por detrás de uma máscara de sonhos, igual a tantas máscaras que ocultam a verdadeira cor dos nossos olhos, sufocam as nossas expressões e cobrem a essência do crepúsculo das sombras do ID, objecto de idolatria e centro falso de um universo que julgamos capazes de descrever numa partícula de um átomo ou numa minúscula casca de noz, a “Garganta” pretende ser neste universo de umbigos e de candeias por acender, um lago (não dos cisnes) no meio de desertos (sem camelos); uma luz ao fundo do túnel para todos os lados (ou para lado nenhum); uma voz por ouvir no meio de quatro paredes (sem tecto, pois as casas já são caras e o dinheiro já nem dá para alicerces quanto mais para tectos), uma palavra por beber, uma lágrima à procura de um olho.

É por essas razões que baptizei (na pia da minha casa-de-banho, pois não tinha dinheiro para pagar um baptismo a sério ao padre da paróquia da minha terra) este blog de “GARGANTA DO SILÊNCIO”: “Garganta” (sem ser funda…pronto, está bem: sem fundo (perdido)), como instrumento de trabalho de um dos mais preciosos dons que a natureza concedeu aos seres vivos que é a fala, e que permitiu o nascimento de um dos milagres (de Fátima, que não é de Felgueiras) que ultrapassou todas as barreiras (100 metros, pelo menos…) do senso comum e a própria imaginação (coitada!...ainda hoje está a estado de choque…): a Comunicação, e “do Silêncio”, como voz muda, mas autêntica, da verdadeira matéria-prima que busca no ser e na vida o sentido da sua forma e o relevo da sua essência (Channel n.º 5, no seu melhor) com o qual é moldada a arte. Trocando por miúdos (que não da Casa Pia…), GARGANTA DO SILÊNCIO pretende ser um canal para todos aqueles que procuram divulgar a sua veia artística e não são escutados, devido ao silêncio da indiferença e apatia de uma sociedade gasta pelo ácido do tédio e pela cegueira do seu próprio umbigo.

Arte e a comunicação são assim fundidos (em lume brando…) num só (um, sai mais barato que dois, segundo a lógica da batata) num blog catalisador de textos em prosa, poemas, notícias de eventos, Humor, fotografia, pinturas, esculturas, manifestos, (ex) citações de autores conhecidos ou desconhecidos, não só publicados do autor desta blog (Semi-domesticado, Vacinado, criado e (in) cubado em cativeiro) mas por todos aqueles que desejem partilhar um pouco da sua veia artística, um pouco das suas lágrimas e sangue (que sempre faz jeito em minha casa para fazer arroz de cabidela), um pouco do seu silêncio, um pouco da sua arte, um pouco do nada que compõe esse grande absoluto que é o tudo, nesta (in) comunidade de todos, para todos e de ninguém.

Por isso, jovem: Tens mais de seis anos e menos de cem? Gostarias de chatear a tua família sem te meteres na droga e assaltar hipermercados e velhinhas à porta da igreja? Queres fazer uma promessa e achas Fátima ou o entroncamento muito longe para o fazeres? Tens poemas escritos e queres revelá-los sem seres acusado de homossexual/Lésbica/Frustrado(a) da vida pelo Opus Dei ou pela malta do teu bairro? Tens máquina fotográfica, estás farto de tirar fotografias a casamentos, Baptizados e à janela da vizinha do lado à espera que ela se dispa, e descobriste um Sebastião Salgado ou um Man Ray dentro de ti? Tens jeito para a pintura, uma costela de Picasso ou de Dali dentro de ti e gostarias de revelar o teu traço artístico sem precisar de expor em Serralves ou na colecção do Joe Berardo? Gostarias de desancar no Novalis, nos românticos, nos simbolistas, nos surrealistas e todos os movimentos artísticos terminados em “ismo” que não suportas e não tens voz? Tens uma aura de Fernando Pessoa ou de Herberto Hélder dentro de ti e gostarias de ver os teus textos em prosa e poemas publicados, assim como textos de escritores e poetas famosos que sempre quiseste conhecer e gostarias de ler para impressionar a tua namorada (o) (consoante os sexos e os gostos) só para ela/ele não ter a mania que tem mais cultura do que tu, só porque ganhou prémios literários, editou livros e lambe o chão por onde Saramago pisa com a sua própria língua, e poderes ganhar um pouco mais de cultura na tua cabeça e impressionar não só a ela mas o povo da tua terra e aquelas donas de casa que só conhecem cultura quando encontram essa palavra escrita na revista Maria ou na Caras? Estás farto de sair às sextas-feiras e sábados a noite, para apanhar bebedeiras de caixão á cova e levar tampas de mulheres cujo único fio de inteligência que os homens conhecem delas é o fio dental, e procuras algo completamente diferente e bom (que não seja um Ferrerro Rouché, trazido por um motorista com idade para ser o teu avô)? Suportas que a sociedade suicide Vah Gogh? Já estás farto de esperar pelo Sr. Godot, mesmo numa casa-de-banho pública? Gostarias de soltar o artista que há em ti, sem te preocupares se vais acabar como a Margarida Rebelo Pinto ou o Dan Brown? Choras por Offellias mesmo antes do primeiro acto e gostas de repetir Filoctetes? Então não esperes, não desesperes mais nem percas tempo…


JUNTA-TE À “GARGANTA”!

5 comentários:

Martz inura disse...

Bela prosa de quem tem a palavra. Então quando sai um seu romance, desses, que vale a pena guardar para mais tarde voltar a ler, que acrescentem algo à literatura?
Martz Inura

Anónimo disse...
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